O Medo do Amor
Medo de amar?
Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que
enfrentar:
medo da violência,
medo da inadimplência,
e a não menos temida solidão,
que é o que nos faz buscar relacionamentos.
Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre
as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba.
Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha,
o amor se encerra
bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente
porque não há mais interesse ou atracção,
sei lá,
vá saber o que interrompe um sentimento,
é mistério indecifrável.
Mas o amor termina, mal-agradecido,
termina, e termina só de um lado,
nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo,
desacelera um antes do outro,
e vai um pouco de dor pra cada canto.
Dói em quem tomou a iniciativa de romper,
porque romper não é fácil,
quebrar rotinas é sempre traumático.
Além do amor existe a amizade que permanece e a
presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem,
é fato de grande responsabilidade,
é uma ferida que se abre no corpo do outro,
no afecto do outro,
e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado,
nem se fala,
é fractura exposta,
definhamos em público,
encolhemos a alma,
quase desejamos uma violência qualquer vinda
da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido,
esse assalto em que nos roubaram tudo,
o amor e o que vem com ele,
confiança
e estabilidade.
Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo
perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia.
Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim.
Um novo amor? Nem pensar.
Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós,
que apesar de um medo tão justificado,
amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que par a sempre é impossível recusá-lo.
Martha Medeiros
De
Hebe a 2 de Maio de 2006 às 01:45
oi...acho que quando o amor chega,nao tem como evitar,pois nao mandamos em nosso coraçao...e quando isso acontece temos e que ter a coragem de amar e se entregar de corpo,alma e coraçao...e cuidar desse sentimento que so vem para nos trazer felicidade....esse texto ficou lindo ne...beijos...Hebe
De
amigona a 3 de Maio de 2006 às 00:03
Que texto interessante... é um Amor!!!
Voltarei!
De
Nilza a 3 de Maio de 2006 às 22:32
Oi!!
Hoje, escrevi sobre um caso verídico muito triste, mas acho que devo fazer com que meus amigos sejam informados, caso vc possa dar uma passadinha em meu blog..será muito bem-vindo.
Um grande beijo e boa tarde pra vc
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
Florbela Espanca
De
Lindinha a 26 de Maio de 2006 às 21:18
Olá,
Olha eu aqui!!!!
Estou de volta com um post de despedida.
Te espero lá em casa!!!
Beijo no coração...
“Decifra-me... ou devoro-te... Arrisque-se se for capaz.”
O amor é assustador, Tanto nos faz rir, Como se transforma em dor, Antecipar o partir, É a maior magoa de quem sente, Eternizar o amor, Nem que seja só em mente...
De
LU a 30 de Maio de 2006 às 22:51
Maravilhoso, esse texto!
Está bem adequado a este momento que estou a viver. Tudo o que o AMOR implica, é mt forte, é necessário mt coragem, sim. Não apenas para o rompimento de um amor, mas ainda na tentativa de viver um novo amor.
Mas fazer o que, né? A vida nos encerra esta luta, caso queiramos tentar a felicidade. Vamos AMAR, AMAR e AMAR... sejamos FELIZES!
Bjinhos de luz p vc.
De
Princesa a 28 de Junho de 2006 às 15:59
Já faz muito tempo que não vinha ao mundo dos blogs, e agora ao regressar fez-me lembrar todos os amigos que aqui fiz e os que poderei fazer ainda mais como diz o ditado..."Não há solidão mais triste do que uma pessoa sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto" Beijinhos e não eixes de visitar o meu cantinho
De
Cöllyßry a 4 de Julho de 2006 às 16:49
Belo poema este sobre o medo, que geralmente atrofia..
Meu esvoaçar num doce olharindiscreto...
Cõllybry
De
Nilza a 31 de Agosto de 2006 às 14:36
Olá!
Hoje é BlogDay. E todos nós estamos sendo homenageados pela forma de expressão que trazemos em nossos blogs. Quero parabenizar vc pela iniciativa e convidá-lo aparticipar tbm. Eu estou homenageando 5 dos blogs que visito, mas vc tbm é um deles pois seria impossível colocar mais de que isso, segundo o regulamento.
PARABÉNS A TODOS E UM BOM DIA!!
Obs.: Eu tbm fui homenageada pelo meu incentivador (http://zecarlosmanzano.blogspot.com/ ) veja:
Nilza_Video_01.wmv (1540722 bytes)
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